Poderia ela escrever páginas e páginas de muitas palavras (acredite, ela teria milhares), porém desistiu, não por achar que as palavras não dariam conta, mas por não saber qual o seu objetivo com aquilo e se realmente o soubesse seria somente mais uma de suas milhares de idealizações. Acreditara que somente palavras bem escritas poderiam mudar a situação em que se encontrara. Mas após um longo período de reflexão viu que era somente mais uma possibilidade, uma tentativa que poderia ser frustrada como todas as outras.
Desistiu. Não de escrever, mas desistiu de querer algo que nunca existiu e nunca poderia existir naquelas circunstâncias.
A carta antiga? Não a rasgou, nem nada, virou a página do caderno e deu inicio a uma nova carta. Agora só queria deixar suas palavras marcadas.
Ela nutria um desejo grande de que ele não rasgasse e nem amassasse essa carta. Pois acreditara que “palavras nunca são descartáveis e que o desenho da letra é sempre uma extensão da pele”.
Escreveu... Escreveu... Escreveu...
Parou de escrever, pois teve medo de suas palavras, havia mergulhado em si mesma já que não saberia escrever sobre ele e o mar aparentemente conhecido se tornou cada vez maior e assustador. Sim, ela era covarde. Mas isso não a entristeceu de início, pois afinal quem não tem medo do desconhecido?
Continua...
Alice Nascimento?
terça-feira, 20 de outubro de 2009
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